Após um período conturbado, de luta e paz, cheguei então a um monte de difícil acesso. Onde somente os mais ousados conseguiriam escalá-lo. E além do preparo físico, seria preciso também um preparo espiritual. Dizer as palavras mágicas na hora certa. E fazer o que deveria ser feito quando chegasse a hora.
Após ter percorrido uma cansativa jornada até chegar ali, descobri em si o sentido de tudo o que havia passado e encontrado no caminho. O enforcado, os enamorados, os sete aliados, enfim, tudo estava presente em meu coração.
Ao tentar contornar o monte, em busca de um trajeto melhor para chegar ao cume, encontrei uma cachoeira. Alí haviam oferendas aos deuses. Era como se aquilo estivesse me esperando. Sentei-me sobre uma pedra, bebi da água da fonte e escrevi este parágrafo.
Após uma uma rápida reflexão, e alguns manuscritos, ouvi um rugido. Quando olhei por entre os arbustos, um leão veio até mim pela mata, e repousou ao meu lado. Senti que ele queria me dizer algo, então coloquei-me em pé e deixei que ele me conduzisse pelas trilhas da selva.
Mais adiante, estava ali o carro de guerra. E dois animais junto a ele. Pensei que a jornada havia se completado. Pois este era o objetivo inicial. Contudo precisava atravessar a cordilheira e o carro não possibilitaria a travessia. Então soltei os dois animais e joguei o carro em uma grande fogueira. Ambos os animais eram alados, contudo um deles estava machucado.
Era preciso ultrapassar os montes. Ir além do cume. Coloquei então o animal que não poderia voar, sobre os ombros e segui em direção ao cume da primeira montanha. Com a certeza que de seria um esforço sobrenatural, contudo no compromisso de cumprir a missão pois a união dos arcanos dependeria desta proeza. Segui então rumo ao desafio.