terça-feira, 3 de julho de 2012

CAP VII - SILÊNCIO POR TEMPO INDETERMINADO

Seguindo a caminhada. Percebi mais uma vez que havia algo errado. Orar não fazia mais sentido. Havia passado a vida toda em oração. Agora precisava agir. E sim dar a mim tudo o que um dia pedi a Deus. Somente eu poderia me presentear com o que realmente queria.

No caminho passei por um cemitério. Por ali ouvi as vozes da terra. Uns pelo bem, outros pelo mal. Seguindo as instruções das estrelas, aproveitei aquele momento para enterrar de vez algumas coisas. 

Abri então um buraco na terra. Tirei algumas coisas dos bolsos. Coloquei naquele espaço. Cobri de terra e coloquei uma enorme pedra em cima. Estava livre então do peso do passado. Porém salvei comigo tudo aquilo que me fazia bem.

Munido de boas intenções, ouvi as vozes inimigas calarem. Não havia mais sentido em chorar. Aquela era a hora de agir. Ser firme e forte. Sem olhar pra trás, segui mais um vez em direção ao futuro. Registrando cada momento.

Sabia que esta seria uma profecia a ser completa a longo prazo. Preferi silenciar os registros por tempo indeterminado. E simplesmente fazer o que precisava ser feito. Os próximos passos seriam dados em silêncio. 

No entanto sabia que no futuro talvez fosse preciso revelar o caminho completo. Mas não com um fim prenunciado pelo 'acabou'. Mas sim pela certeza de que a vida continua. Eternidade e onipresença para todo o sempre.

Não havia mais porque sucumbir aos inimigos. As correntes foram quebradas de vez. O céu estremeceu. Trovões e raios mais uma vez me mostraram que a profecia em parte estava completa. O resto só poderia ser revelado no futuro. Assumi então este compromisso.

CAP VI - SALVAR A SI MESMO

Mais adiante, senti que havia desviado do foco por tempo indeterminado. Muitas vezes buscava aquilo que já estava dentro do meu coração desde sempre. Me detive a consertar erros que nunca precisariam ter sido cometidos. Mas em um flash, senti que precisava seguir em frente. Não era mais questão de ir além de onde estava. Mas sim de cumprir a missão por completo.

 Quanto ultrapassei a cordilheira, vi ao longe duas torres pegando fogo. Pássaros de aço chocavam-se contra ela. Pessoas jogavam-se pelas janelas. Na superfície uma correria total. Muitos gritavam, e outros tentavam salvar as vítimas.

 Apresei o passo e fui em direção até aquele mar de gente. Perguntei o que estava acontecendo. Poucos sabiam explicar. Haviam indícios de guerra. Arcanos rebelados haviam imposto um atentado. Enquanto buscava maiores explicações ouvi o barulho das pedras se quebrando. Foi então que a primeira torre veio ao chão.

Não haveriam sobreviventes. Gritos e lágrimas assombrava aquele dia. Fumaça e poeira cobriram a região. As redondezas tornaram-se um cemitério onde a morte buscava mais vítimas. Não havia nada que pudesse fazer. A não ser salvar a mim mesmo.

Quando tomei esta decisão, senti as pedras se quebrando mais uma vez. E a segunda torre ruiu em chamas. Milhares de mortos. Naquele dia, filhos perderiam os pais. Pais perderiam os filhos. Tudo em nome de uma guerra sem justa causa.

Ouvi as trombetas me chamando ao longe. Precisei seguir. Mas sem esquecer aquele momento. Aprendi naquele dia que a vida tem valor. E que paz é muito maior do que a guerra. Precisei recompor as forças. Guardei o choro e a ira. Mas não a reflexão. 

Seguindo em frente me perguntava o que poderia fazer nos sentido da construção de um mundo melhor. Mais uma vez percebi que estava me encaminhando para o desvio do foco. E com certeza de que para cumprir a missão, precisava manter-me vivo salvando em primeiro lugar a mim mesmo. Orei então aos céus por uma luz.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

CAP V - RUMO AO DESAFIO

Após um período conturbado, de luta e paz, cheguei então a um monte de difícil acesso.  Onde somente os mais ousados conseguiriam escalá-lo. E além do preparo físico, seria preciso também um preparo espiritual. Dizer as palavras mágicas na hora certa. E fazer o que deveria ser feito quando chegasse a hora.

Após ter percorrido uma cansativa jornada até chegar ali, descobri em si o sentido de tudo o que havia passado e encontrado no caminho. O enforcado, os enamorados, os sete aliados, enfim, tudo estava presente em meu coração. 

Ao tentar contornar o monte, em busca de um trajeto melhor para chegar ao cume, encontrei uma cachoeira. Alí haviam oferendas aos deuses. Era como se aquilo estivesse me esperando. Sentei-me sobre uma pedra, bebi da água da fonte e escrevi este parágrafo. 

Após uma uma rápida reflexão, e alguns manuscritos, ouvi um rugido. Quando olhei por entre os arbustos, um leão veio até mim pela mata, e repousou ao meu lado. Senti que ele queria me dizer algo, então coloquei-me em pé e deixei que ele me conduzisse pelas trilhas da selva.

Mais adiante, estava ali o carro de guerra. E dois animais junto a ele. Pensei que a jornada havia se completado. Pois este era o objetivo inicial. Contudo precisava atravessar a cordilheira e o carro não possibilitaria a travessia. Então soltei os dois animais e joguei o carro em uma grande fogueira. Ambos os animais eram alados, contudo um deles estava machucado.

Era preciso ultrapassar os montes. Ir além do cume. Coloquei então o animal que não poderia voar, sobre os ombros e segui em direção ao cume da primeira montanha. Com a certeza que de seria um esforço sobrenatural, contudo no compromisso de cumprir a missão pois a união dos arcanos dependeria desta proeza. Segui então rumo ao desafio.

segunda-feira, 5 de março de 2012

CAP IV - OS SETE ALIADOS

Na sequência da jornada encontrei vários obstáculos a serem transponidos. O calor do deserto e a solidão da caminhada eram necessários para descobrir que somos autosuficientes se temos Deus Conosco. Falei para mim mesmo que esta precisaria ser uma luta justa. E hey de vencer. Refleti sobre todos os testes pelos quais passei. E sobre aqueles que confiaram na minha busca. Cheguei a pensar em desistir da caminhada. Mas a busca não estava a venda por nada neste mundo.

A derrota e a tristeza batiam a porta. E pediam para entrar. Mas cada vez mais tentava certeza de que esta jornada valeria a pena. Superar cada desafio. A cada dia. A cada manhã. Através dos séculos e séculos. No decorrer do caminho reuni sete aliados os quais seus nomes mantive em segredo. Fiz um planejamento a curto, médio e longo prazo e anotei cada desejo. Seria preciso superar-se a cada dia.  

O inimigo me rondava. Pedia que eu reclamasse de algo. Que eu pedisse ajuda. Que eu dissesse que havia faltado algo ou alguma coisa. Mas preferi guardar meus anseios. E me centrar nos objetivos. Não haviam acusações contra ninguém. Meus aliaos estavam conscientes do que poderíamos construir juntos. Seria preciso ter paciência. E dar um passo de cada vez a cada manhã. Sei que ainda haveria alguns a duvidar do êxito deste desafio. Mas estávamos cientes de nossa capacidade. Com a certeza que o objetivo seria alcançado.

Estava escrito. Mas nem tudo. Precisaríamos escrever esta história a cada dia. Talvez levasse alguns anos. Até que pudéssemos revelar mais detalhes sobre cada feito. Mas estávamos cientes de que seria preciso manter segredos. Sabíamos o que queríamos. E não iriamos descansar até conquistar cada espaço. Após andar pelo vale da sombra da morte, permanecer em pé me tornava único. Naquela hora, mais do que nunca, sabia que continuaria sendo testado a cada momento. Mas estava disposto a lutar pela conquista. Seguir vencendo e para vencer. Era questão de tempo. As conquistas começavam a ser realizadas.