Mais adiante, senti que havia desviado do foco por tempo indeterminado. Muitas vezes buscava aquilo que já estava dentro do meu coração desde sempre. Me detive a consertar erros que nunca precisariam ter sido cometidos. Mas em um flash, senti que precisava seguir em frente. Não era mais questão de ir além de onde estava. Mas sim de cumprir a missão por completo.
Quanto ultrapassei a cordilheira, vi ao longe duas torres pegando fogo. Pássaros de aço chocavam-se contra ela. Pessoas jogavam-se pelas janelas. Na superfície uma correria total. Muitos gritavam, e outros tentavam salvar as vítimas.
Apresei o passo e fui em direção até aquele mar de gente. Perguntei o que estava acontecendo. Poucos sabiam explicar. Haviam indícios de guerra. Arcanos rebelados haviam imposto um atentado. Enquanto buscava maiores explicações ouvi o barulho das pedras se quebrando. Foi então que a primeira torre veio ao chão.
Não haveriam sobreviventes. Gritos e lágrimas assombrava aquele dia. Fumaça e poeira cobriram a região. As redondezas tornaram-se um cemitério onde a morte buscava mais vítimas. Não havia nada que pudesse fazer. A não ser salvar a mim mesmo.
Quando tomei esta decisão, senti as pedras se quebrando mais uma vez. E a segunda torre ruiu em chamas. Milhares de mortos. Naquele dia, filhos perderiam os pais. Pais perderiam os filhos. Tudo em nome de uma guerra sem justa causa.
Ouvi as trombetas me chamando ao longe. Precisei seguir. Mas sem esquecer aquele momento. Aprendi naquele dia que a vida tem valor. E que paz é muito maior do que a guerra. Precisei recompor as forças. Guardei o choro e a ira. Mas não a reflexão.
Seguindo em frente me perguntava o que poderia fazer nos sentido da construção de um mundo melhor. Mais uma vez percebi que estava me encaminhando para o desvio do foco. E com certeza de que para cumprir a missão, precisava manter-me vivo salvando em primeiro lugar a mim mesmo. Orei então aos céus por uma luz.
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